Opinião - E ai você abandonaria o navio ou não?

Direto de Curitiba, Por Geee Hernandez

Muito tem se falado na  mídia nacional e internacional sobre o episódio onde o capitão do navio Costa Concórdia, Francesco Schettino,  teria abandonado o navio antes da saída de todos os passageiros, no naufrágio na região da Toscana.

Existe uma máxima, eternizada por Hollywood no filme Titanic, que "o capitão deve ser o último a abandonar o navio", inclusive no filme que consagrou Leonardo Di Cáprio, o capitão chega a afundar junto com o gigante Titanic, e obviamente entrega sua vida em função do profissionalismo.

Que Schettino foi covarde e antiprofissional está claro, inclusive por gravações divulgadas entre o capitão e a capitania dos portos daquele país.

Um dos trechos mais fortes está transcrito a baixo: 

“Volte imediatamente a bordo, suba pelas escadas de emergência e coordene a evacuação. Deve comunicar quantas pessoas ainda estão a bordo: crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada grupo, é uma ordem, agora mando eu. Volte à proa e coordene o resgate porque existem mortos”, disse o responsável pela capitania. 

Schettino disse que voltaria ao navio, mas não o fez.

Mas vamos deixar a hipocrisia nossa de cada dia de lado e vamos refletir, quem em sã consciência retornaria a embarcação?

A atitude de Schettino, foi realmente a atitude de um "profissional cretino", mas justificável por ser um ser humano e não uma máquina.

Máquinas respondem a diversas situações exatamente da maneira como foram programadas para fazê-lo (e as vezes erram também), quanto ao ser humano não podemos esperar uma reação técnica e programada, em uma situação onde sua vida também está em jogo.

Que pague no âmbito profissional, que responda por sua imperícia ao conduzir o "gigante" pelas águas dos mares da região da Itália.

Mas sejamos honestos, situações extremas, onde a vida está em risco, geralmente são procedidas de atitudes nada louváveis aos olhos da sociedade, mas sinceramente, sem medo de ser criticado, no lugar do capitão, eu também esqueceria o profissional, e aquela velha luta pela sobrevivência falaria mais alto, 99% das pessoas são assim, e 99% também é cara de pau o suficiente para dizer que faria diferente.

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