verdade isso que vc escreveu isso reflete na nossa realidade
EDITORIAL- Quem são os verdadeiros miseráveis?
Direto da redação por Geee Hernandez TWITTER DO Geee
Vivemos numa sociedade engraçada e que beira o ridículo, onde somos capazes até de desejar o mal sem nos sentirmos mal por isso.
Enquanto boa parte de nós esbanjamos muitas vezes até o que não temos, e nossos cartões de crédito que o digam... existem pessoas que vivem com muito menos do que o necessário para sua subsistência.
Quando alguém chega ao ponto de pedir um prato de comida, a pessoa já ultrapassou e muito a linha da miséria, linha essa que nós mesmos, com nossas regras imperdoáveis estabelecemos.
Mas será que não estamos confundindo as realidades? Será que nós não somos os verdadeiros miseráveis?
Muito me estranha o ato de esbanjar, o ato de ser indiferente a dor e a tristeza que nos sugam para dentro de nós mesmos, ainda que recorramos ao álcool para mascarar nossas frustrações elas se tornam evidentes, quando sabemos que lá fora pessoas não tem o que comer, não tem o que vestir e mesmo assim, nada fazemos.
A miséria da humanidade está muito mais em suas atitudes repletas de excessos do que na falta de um alimento ou de um vestuário.
A miséria está na indiferença, no egocentrismo, em olhar os outros como meros miseráveis, um reflexo do mar de lama que nos afundamos cada vez mais e com mais intensidade.
Somos uma sociedade repleta de moral e bons costumes, mas que não convencem a natureza humana, de regras que com veemência lesionam a alma e as necessidades coletivas e mesmo as individuais.
Quem pede um prato de comida, não é um miserável, é alguém que por casualidades da vida ultrapassou o limite do orgulho e se reconhece como dono de si mesmo, não tem nada e mesmo assim luta por si com amor próprio e sem as banalidades que estipulamos como essênciais, fruto de nosso orgulho de parecermos melhores do que realmente somos.
Triste sociedade essa nossa, confunde ausência de algo com miséria, sendo que a miséria verdadeira está nos excessos de regras e costumes fadados ao fracasso.